quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

A Estrada da Graciosa


Os cenários que a Serra do Mar expõe é de nos deixar de joelhos. Arrebatados por tamanha beleza. Falando em coisas belas, penso logo na Estrada da Graciosa e suas maravilhas naturais.
A impressão é a de estarmos dentro de um quadro pintado por mãos divinas. O verde, do mais variado matiz, ornado pela exuberância das bromélias e orquídeas. Essas, por sua vez, acrescidas da afinidade imanente que mantêm com a neblina que as cobrem. Tudo isso parece cantar uma melodia hipnotizante.
Graciosa é também histórica. Sua construção remonta à época do Império. Foi uma trilha utilizada por índios e jesuítas. Talvez por isso, aos meus olhos, a Estrada da Graciosa esteja envolta em mistério. Testemunha de muitos ditos e não ditos.
Suas curvas sinuosas revelam sua ambiguidade: graciosa, porém, instável. Lembro das palavras do fiscal do ônibus quando a avistou : "Agora todo cuidado é pouco! "
Cuidado, sim. Com os carros e os outros ônibus que passam. Afinal, Graciosa é estreita. Admite que um carro por sentido atravesse sua trilha de paralelepídos.
Mas, esse cuidado é pouco!
Também uma espécie de zelo reverente deve ser conferido a esse lugar que enseja reflexões, risos, lazer e outras inúmeras emoções. Eu me apaixonei. E fico grata por um dia ter passado pela Estrada da Graciosa.
Eu recomendo esse tesouro da Serra do mar. Que Graciosa seja preservada!
Conclusão: Fiquei mais cativada pela a profundidade da riqueza e beleza de meu país.
Créditos da imagem: Baixaqui

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Morretes e seus encantos

Passadas 03 horas da nossa viagem de trem, chego em Morretes. Uma cidade pitoresca, aconchegante, com seus casarões e igrejas antigas. Chamou-me a atenção sua arquitetura tão singular. Totalmente distinta de Brasília. Sua gente pacata que vive do turismo da região. Lugar tão aconchegante aquele...
No passeio, pude perceber a tranqüilidade constrangente daquele lugar. A sensação que se tem é que a tecla pause foi pressionada como em um filme de ação, e assim, tudo pára ao meu redor, e posso então observar detalhes de um local isento de agitações e perturbações tão comuns da cidade grande. Cada detalhe revela uma Morretes encantadora.
Sou levada a degustar com atenção e deleite seu prato típico. Uma novidade saborosa, o tão famoso Barreado (já explicado aqui por minha mana Vivi). Agora vale o conselho e esse eu vou dar por uma questão de compromisso para com aqueles que nos lêem: S A B O R E I E essa delícia sem reservas!!
Aproveite para conhecer os artesãos locais e seus trabalhos manuais. Valorize a cultura e arte de pessoas que vivem dos seus ofícios de forma honesta. E se possível, leve algo que o faça lembrar dos momentos agradáveis vividos naquele lugar. Garanto que não irá se arrepender.
A nossa volta foi um passeio à parte. Não, não voltamos de trem. Pegamos o ônibus na Rodoferróviária de Morretes. E aí, bom...foi uma viagem literalmente EMOCIONANTE!!!

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Tô Morretes!!!!!

Nosso passeio de trem teve o seu fim em Morretes: uma continuidade do êxtase experimentado na viagem sob os trilhos. Morretes é uma cidade pequenina, mas com uma recrudescente atividade turística. A caminhada por suas ruas impõe a supressão do impulso de contar as horas. O único recado que vale é: Aprecie!
Momento Eu Recomendo: Sentado no banquinho guarnecido pelas árvores, assista ao espetáculo de cores, sombras e movimentos que o rio Nhundiaquara põe em cena. Imperdível!
Passando pelos casarios de arquitetura colonial e alcançando o rico artesanato da região, apreendemos a porção convidativa de Morretes. Outra boa porção que se comprovou uma excelente pedida é o Barreado – comida típica da região e mais uma delícia do caldeirão cultural brasileiro – prato exótico que, além de apetecer o paladar, desperta o interesse por seu sabor histórico. Como não sentir curiosidade por uma iguaria criada há mais de 200 anos por caboclos da encosta da Serra do Mar? Prová-lo faz parte do passeio turístico, uma espécie de rito de passagem que legitima a ida à Morretes.
Outra razão de não olhar para o relógio: trata-se de uma comida que deve ser degustada com calmaria.
Bem, eu ainda não disse o que o Barreado tem, né? Não tenho os cabelos louros espetados de Ana Maria Braga, tampouco um louro José para chamar de meu, por isso, aí vai uma receita do barreado (é só clicar no link abaixo): http://www.torque.com.br/barreado/receita.htm
Além de ser acompanhado de arroz branco, banana e farinha de mandioca, alguns restaurantes ainda oferecem frutos do mar. Que miscelânea! (na melhor acepção do termo).
Tanto entusiamo!!! Você deve agora pensar que somos uma cambada de glutonas, né? Dizem que quem experimenta barreado uma vez irá apreciá-lo enquanto viver. Fazer o quê? Sou dessa tribo. Reza a lenda que comer barreado é, na falta de uma ilustração melhor, como Nescau, isto é, fornece energia que dá gosto. Não estou aqui para contradizer mitos, porém, já correndo o risco, digo que o efeito leseira me venceu. Tô Morretes!!! Para compensar o excesso de fartura, só fui resgatada por uma chegada à beira do rio Nhundiaquara.
Ah, como poderia esquecer? Na Morretes pequenina encontrei uma igreja Metodista. Não me contive nessa hora...rsrsr

Aguardem os próximos posts...Retorno à Curitiba curtindo o cenário da estrada da Graciosa. Agora, eleve o adjetivo “graciosa” à máxima potência e terá uma noção aproximada do porquê de a estrada ter sido coroada com esse nome lisonjeiro.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Em contato com a Natureza


Nunca havia viajado de trem. A expectativa era única, pois, além da ansiedade em ver a paisagem anunciada nos sites em que pesquisei acerca do passeio, viveria a sensação de estar em um transporte que data de séculos atrás e cuja contribuição se perpetua ainda hoje para a construção dessa nação chamada Brasil.
Os fatos históricos da construção da Ferrovia merecem destaque pelo espírito de coragem imbuído na mente daqueles homens que ousaram desbravar aquela região inóspita para construir uma das mais importantes ferrovias do país. Já disse a Vivi que essa estória daria uma belíssima minissérie, mas os dados históricos poderão ser contados posteriormente. Quero compartilhar os momentos ali vividos e as paisagens que fazem parte de lembranças queridas.
Quando cheguei à estação e me deparei com aquela série de carros e vagões engatados entre si e movidos por uma locomotiva me senti transportada para outra época. Que chique!
Vivemos e sentimos o avanço tecnológico de forma tão fugaz que não nos damos conta das maravilhas criadas pelo homem sob o aval do Criador. E pensar que esse meio de transporte criado a séculos ainda hoje contribui para o crescimento dessa nação, atravessando e estreitando os laços entre os rincões desse país.
O Brasil é um país agraciado por Deus por suas riquezas naturais, tal constatação não é fruto de uma percepção ufanista. Pude comprovar nesse passeio, que foi para mim o ponto alto da nossa viagem, as belezas ímpares do sul do país. Tive contato com uma vegetação, fauna, flora distinta das que vejo em Brasília. Talvez tenha sido esse o meu encanto por aquele lugar de um verde único, com árvores, plantas, flores, rios e cachoeiras. Era a visão de deslumbre ante a tela artística pintada minuciosamente pelas mãos do Maior Criador do universo, me deixando extasiada com tamanha beleza. Dei-me conta do quão pequena eu sou ante à grandiosidade Divina.
Como garota urbana com ocupação e hábitos típicos da vida citadina não tinha até aquele momento sentido o cheiro da terra. Só ali entendi a expressão “respirar ar fresco”. Por sinal, fresquíssimo!!!
E assim foi o nosso passeio. A visão de um cenário repleto de verde pincelado em tons distintos. Cores guardadas na memória de tão vívidas que estão dentro de mim. Subir a serra do mar e me deparar com um conjunto de elementos visuais tão grandioso como aquele e ter a tarefa de relatar aqui neste espaço não se constitui em uma tarefa simples, pois não consigo exprimir em palavras a emoção que senti. Por isso, caro leitor, faça esse passeio, sem medo de ser feliz e depois diga se é ou não é uma viagem inesquecível.
Próxima parada: Estação de Morretes